terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A flor da honestidade





     O texto "A flor da honestidade" foi utilizado como um complemento reflexivo na aula. Pois, embora este não esteja diretamente ligado ao processo avaliativo, aborda a honestidade. Esta, que deve sempre estar presente dentro da sala de aula.



A Flor da Honestidade 

"Conta-se que por volta do ano 250 a. C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.

Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de ser sua esposa. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.

Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.

Ao chegar em casa, contou à garota e desesperou-se ao ver que ela pretendia ir à celebração, indagando preocupada:
"Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas senhoritas da corte. Tire esta ideia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne esse sofrimento uma loucura."

E a filha respondeu:
"Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e isto já me torna feliz."

Na hora marcada, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas meninas, com as mais belas roupas, as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções.

Então, o príncipe anunciou o desafio:
"Darei, a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais linda flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China."

A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo.

O tempo fluiu e a doce criaturinha, posto não tivesse muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com bastante paciência e ternura da sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Todavia passaram-se três meses e nada surgiu.

A mocinha tudo tentara, empregara todos os métodos que conhecia, porém nada havia nascido. E findaram os seis meses.

Consciente do seu esforço e dedicação, ela comunicou à 
mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio, no prazo combinado, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.

E lá se apresentou, com seu vaso vazio, bem como as demais pretendentes - cada uma com uma flor mais bonita que a outra, das mais variadas cores e formas. A jovem ficou admirada, jamais presenciara cena tão sublime.

Finalmente, chegou o momento esperado: o príncipe passou a observar a flor trazida por cada uma das pretendentes, com muito cuidado e atenção. Após minuciosa análise, ele anunciou um resultado surpreendente, indicando a cativante e humilde jovem como sua futura esposa.

O público presente, perplexo, quis saber o motivo: afinal, o desafio previa que se casaria com a moça que lhe trouxesse a flor mais irresistível e ele escolhera, justamente, a que não cultivara flor alguma...

Então, calmamente, o príncipe esclareceu: 
"Esta jovem foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: A Flor da Honestidade. Senhoras, senhores e senhoritas: todas as sementes que entreguei eram estéreis."



"A Honestidade é como uma flor, tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor.
Independente de tudo e de todas as situações que nos rodeiam, que possamos espalhar essa luz àqueles que nos cercam.
Se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, PERCA!
Você será sempre um vencedor!"


O professor e a avaliação: características

     Como atividade em sala, a partir dos textos já trabalhados, criamos uma tabela contendo algumas características dos docentes que trabalham em função do exame e em função da aprendizagem.


Avaliação da aprendizagem escolar: Apontamentos sobre a pedagogia do exame

     
     Hoje, continuando nosso estudo sobre a avaliação, elaboramos uma síntese do texto "Avaliação da aprendizagem escolar: Apontamentos sobre a pedagogia do exame", de Luckesi. Aonde, podemos analisar a importância dada, em nossa sociedade, ao processo do exame, que se manifesta de forma classificatória e excludente.


Síntese

Avaliação da aprendizagem escolar: Apontamentos sobre a pedagogia do exame

     A avaliação da aprendizagem se tornou alto tão amplo e importante que nossa prática educativa passou a ser direcionada por uma "pedagogia do exame". O exemplo mais forte é o ensino médio, onde somos preparados apenas para resolver provas, pensando no vestibular. Seguindo esse conceito e quando o ambiente escolar não é suficiente para essa preparação, parte-se para os cursinhos pré-vestibulares, onde são mais específicos no que o aluno deve ser preparado: resolução de provas. Mas, o enfoque principal é que a prática pedagógica está polarizada pelas provas e exames.
     A pedagogia brasileira deixa de assumir seu caráter de ensino/aprendizagem para se transformar numa prática da promoção e do exame. Esta, baseada principalmente nos ideais jesuítas, que exaltavam o exame e as provas, embora definissem com rigor seu processo de ensino. Nesse modelo pedagógico os pais estão mais preocupados se o filho irá ou não ser promovido, mesmo que estes não estejam, de fato, preparados para o próximo ano letivo. Indicando a ideia de que é melhor estar aprovado do que educado.
     O docentes, objetivando um maior número de aprovados ou quando identificam que seu trabalho não surge efeitos, apresentam a pedagogia do medo. Aonde, alunos são ameaçados e torturados com as provas e a ideia de reprovação ou por meio de frases como: "estude mais!", "a prova está difícil!". Além de serem capazes de desenvolver provas para reprovar, seja através de questões que não condizem com o conteúdo trabalhado em sala ou com a linguagem de difícil compreensão para o alunado. Outro método para forçar os alunos a realizar determinadas atividades, que por muitas vezes não são direcionadas para a aprendizagem, é o sistema de pontos, aonde são oferecidos pontos a mais ou a menos nas notas.
     Os educandos, em resposta aos estímulos dos mestres, se interessam apenas em se adequar ao processo de avaliação destes, buscando unicamente em obter notas para a promoção de uma série para outra. Nesse processo avaliativo o que é observado são apenas as notas, não importando como foi sua obtenção e o percurso do processo de aprendizagem. As notas assumem uma forma divina e inalterável para professores e alunos. Ou seja, o estudante se vê obrigado a obter a nota média nas atividades para ser aprovado e não se preocupa muito com o que aprende.
     As Unidades de Ensino se preocupam apenas com a situação global da instituição (as notas de todos, em uma só escala), e para isso as curvas estatísticas são suficientes. Apesar dos processos educativos estarem defasados, esses dados estatísticos formais demonstram o contrário para quem os lê de uma maneira ingênua. Nossa educação é excludente e seletiva e para muitos isto é normal, pois, o sistema de notas ou conceitos está tão profundo em nós que dificilmente conseguimos enxergar quem governa quem.
     Se uma instituição escolar inicia um trabalho efetivamente significativo do ponto de vista de um ensino e de uma correspondente aprendizagem significativa, social e política, o sistema "coloca o olho" em cima dela. Pois, assim ela pode estar indo de encontro ao que eles realmente desejam. Na visão deles, uma boa apresentação de um quadro de notas e a não ruptura do "decoro social" é o que a escola deve apresentar. E, se a instituição estiver formando realmente uma consciência crítica no cidadão, ela é autuada. E nesse sentido a educação é governada, principalmente, pelo medo.

Referências:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: Apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 35-44.

De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário

       Dando continuidade aos trabalhos da disciplina de avaliação de aprendizagem, elaboramos uma síntese do texto "De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário", de Luckesi. Esse, detalhando quais seriam as principais dificuldades a se enfrentar para modificarmos nossa prática do exame, que é excludente e classificatória, e assim, transformá-la na avaliação, que é voltada para o processo de ensino.

Síntese

De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário

Não é segredo que o sistema educacional brasileiro carece de mudanças. Qualquer pessoa com bom senso consegue enxergar que precisamos buscar novos resultados em nossas escolas. Mas, para isso é necessário praticar novas formas de aprendizagem, o que não é tão fácil, pois, essas mudanças mechem com hábitos presentes na história da educação do nosso país, bem como, nossa sociedade e personalidade.
A história da educação foi construída durante séculos e isso a torna de difícil mudança. O exame, que foi sistematizado no século XVI, foi implantado no sistema de ensino para disciplinar através do medo. E esse ainda é utilizado nos dias atuais para ameaçar o educando dentro do ambiente escolar. Entretanto, é necessário que nós, educadores, possamos desconstruir essa forma de examinar, para que assim, possamos incorporar a avaliação ao nosso processo de ensino e aprendizagem.
Outro fator que desestimula a transição da metodologia do exame para a avaliativa é nossa sociedade. Vivemos em um país burguês capitalista, aonde a educação, que deveria ser um mecanismo social de inclusão, é excludente. Logo, a classificação dos alunos, através de notas e conceitos, é algo normal, configurado pelo nosso modelo econômico e político.
Por fim, também podemos apontar o nosso próprio subconsciente como um mecanismo em favor do exame. Fomos examinados durante nossa vida escolar e, mesmo que inconscientemente, temos a necessidade de examinar nossos alunos. Ou seja, para se realizar uma mudança no sistema de ensino também é imprescindível que nós, educados, estejamos prontos para se policiar e mudar nossas ações. Não é possível conseguir novos resultados executando a mesma metodologia.
Assim, podemos concluir que, embora o modelo educacional do Brasil precise ser repensado e remodelado, percebe-se que essa transição requer muito esforço e dedicação. Para isso, precisamos romper com o nosso modelo social excludente e classificatório e com os séculos da prática do exame, bem como, enfrentar nossas próprias frustrações e desejos, provenientes dessas práticas.


Referências

LUCKESI, Cipriano Carlos. De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário. In LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo, Cortez, 2011, p.67 – 72.

Avaliação da aprendizagem... Mais uma vez.

     Desenvolvemos um decálogo comentado com a finalidade de conhecer um pouco mais sobre as diferenças entre a prática educativa em favor da avaliação ou em favor do exame.

Autor e Título:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 61-65.

Decálogo Comentado:

Avaliação da aprendizagem... Mais uma vez.

1 - “Exatamente esta é a questão que tenho exposto em escritos e em falas, sinalizando a diferença entre avaliar e examinar.” (p. 62);

            Muitos professores ainda utilizam os termos avaliar e examinar como sendo sinônimos. Entretanto, estes apresentam significados diferentes, pois, avaliar é algo dinâmico e está relacionado ao fato do educador tomar alguma posição em relação aos resultados. Enquanto que o exame é estático e está apenas preocupado com o resultado, verificando somente se o aluno aprendeu.

2 - “O ato tem como função a classificação do educando, minimamente, em “aprovado ou reprovado”;” (p. 62);

            No atual modelo de educacional brasileiro o que importa são os números. Pois, vivemos numa sociedade capitalista, aonde o professor tem por dever quantificar o conhecimento do aluno. Desse modo, alimentando uma educação classificatória e excludente, aonde, discentes são discriminados como bons e aprovados ou ruins e reprovados.

3 - “Ao ato de examinar não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam.” (p. 62);

A prática de examinar trabalha em função da obtenção de notas/conceitos, aonde pouco importa se os discentes realmente aprenderam. Os mestres devem atribuir valor ao conhecimento dos aprendizes. Pois, ao término do ano letivo o que importa são os números de aprovação, reprovação e desistência.
           
4 - “O ato de examinar está voltado para o passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que ele já aprendeu;” (p. 62);

Quando o processo de ensino e aprendizagem está em função do exame o professor se preocupa apenas em verificar, através de provas e testes, se o aluno aprendeu. E, a partir da nota obtida, ele irá classificá-lo. Nesse modelo, não existem intervenções que possam modificar o resultado do aluno.
           
5 - “Diversamente, o ato de avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso seja necessário.” (p. 62);

Quando o processo avaliativo está a serviço da aprendizagem o professor irá verificar o que alunos aprenderam através de observação, provas ou testes. Entretanto, divergindo da prática do modelo do exame, ele irá intervir e tomará uma posição em relação aos resultados alcançados, realizando reorientações e planejamentos.
           
6 - “Tomar conhecimento somente do que o educando aprendeu não permite investir no processo, porém somente no produto.” (p. 63);

Não podemos utilizar o exame, apenas verificando e classificando, e acreditar que isso é suficiente. Os professores devem utilizar da avaliação para que, através da intervenção, possam adotar procedimentos que reorganizem o processo e levem a um resultado mais satisfatório. 
           
7 - “A pedagogia que sustenta o exame se contenta com a classificação, seja ela qual for; a pedagogia que sustenta o ato de avaliar não se contenta com qualquer resultado, mas somente com o resultado satisfatório.” (p. 64);

Na metodologia do exame o conhecimento do aluno é visto como números e conceitos que definem o quão ele aprendeu. Entretanto, na metodologia da avaliação o que importa é o processo que irá, não só obter um resultado qualquer, de aprovação ou reprovação, e sim um resultado mais satisfatório.
           
8 - “O ato de avaliar dedica-se a desvendar impasses e buscar soluções.” (p. 64);

Ao avaliar, o docente deverá intervir no processo de aprendizagem. Mas, para que isso seja possível, este sempre estará buscando novas formas de reorganizar sua metodologia para alcançar novos resultados.
           
9 - “Deixemos os exames para as situações de exames (concursos); na sala de aulas, sirvamo-nos da avaliação.” (p. 64);

Não podemos condenar totalmente os exames. Devemos perceber que eles possuem uma parcela importante no processo de ensino, pois, podem ser utilizados, principalmente, para diagnosticar possíveis problemas. Bem como, servir para concursos, aonde, o foco é a classificação e promoção de candidatos.

10 – “Bom ensino é o ensino de qualidade que investe no processo e, por isso, chega a produtos significativos e satisfatórios.” (p. 64);

Percebe-se que, somente através da avaliação, que realiza intervenções no decorrer do processo de ensino, conseguiremos atingir novos padrões na qualidade do ensino brasileiro.

           

Verificação ou avaliação: o que pratica a escola?

      Para nos auxiliar na obtenção de novos conceitos e ideias, desenvolvemos um mapa conceitual do texto "Verificação ou avaliação: o que pratica a escola?". Aonde, por meio deste, podemos debater quais eram as diferenças entre avaliação e exame.

Mapa Conceitual



Referências

LUCKESI, Cipriano Carlos. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo, Cortez, 2011, p.45 – 60.


Uma polêmica em relação ao exame

     O texto "Uma polêmica em relação ao exame", do professor Ángel Diaz, mostra a importância do que a nossa sociedade dá aos exames. Estes, utilizados para classificar, e consequentemente excluir, nossos estudantes.



Síntese

Uma polêmica em relação ao exame


     A sociedade está em constante movimento e transformação e consequentemente a educação precisa adaptar-se para melhor formar cidadãos. A educação, segundo estudiosos, é a manivela que movimenta o mundo. Entretanto, esta enfrenta diversos problemas estruturais que levam pesquisadores a buscar formas de reinventar a forma de se ensinar.
      Acredita-se, mesmo que erroneamente, que uma possível solução para melhorar o processo escolar é o remodelamento do método do exame, que teria uma autonomia suficiente para aperfeiçoar o aprendizado. Pois, tanto estudiosos como pessoas comuns, compreendem a avaliação como um processo natural à educação. É comum classificar nossos alunos através de cores, letras, notas ou médias. Mas, se melhor estudarmos sobre aonde se constituiu a ideia de exame, percebemos que este é dispensável para o ensino e a aprendizagem.
       É válido ressaltar que o problema educacional brasileiro envolve muito mais do que o exame. Enfrentamos outras situações sociais que alteram a configuração do ambiente escolar, tais como: baixos salários dos professores, falta de estrutura física da maioria das escolas públicas e pouco investimento na educação. Ou seja, a avaliação está sendo supervalorizada.
     Nesse contexto, é possível enxergar uma inversão de contexto, aonde problemas da educação são atrelados exclusivamente ao processo avaliativo. Este, passando a assumir um caráter tecnicista e classificatório, perdendo suas características pedagógicas e metodológicas e passando apenas para indicar, estatisticamente, a situação da educação brasileira.
     Através dessa rotulação, surge então a ideia de que alguns indivíduos são incapazes e consequentemente desmerecedores de oportunidades em universidades. Então, a ideia de que a escola é um local de inclusão, acaba se distorcendo, pois, os alunos são taxados como capazes (ou incapazes) e bons (ou ruins), ocasionado uma exclusão social.
       Logo, podemos concluir que para resolver os problemas enfrentados pela escola brasileira é necessário, a priori, compreender que a avaliação é apenas um componente que faz parte do processo de ensino e não tem poder suficiente para melhorá-lo. Os problemas de determinadas áreas sociais devem ser pensados e compreendidos em suas instâncias, para que assim, obtenham solução. Ou seja, cada problema da educação carece de uma solução própria e ímpar, que só será adquirida com grande empenho.


Referências

BARRIGA, Ángel Díaz. Uma polêmica em relação ao exame. In: ESTEBAN, Maria Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Pág. 51-82. 5ª ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2003.


Ser professora: avaliar e ser avaliada

     Para conhecermos um pouco sobre a realidade que os professores enfrentam ao avaliarem seus alunos criamos um fichamento do texto "Ser professora: avaliar e ser avaliada.", da professora Maria Teresa Esteban. Aonde, em seus relatos de experiência, evidencia que não é apenas o aluno que é constantemente avaliado.


Fichamento

Autor e Título:

ESTEBAN,  Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: Escola, currículo e avaliação. Pág. 13-37. 2 ed – São Paulo. Ed. Cortez, 2005. - (Série cultura, memória e currículo; v. 5)

Estrutura do texto:

1.     Ser professora: avaliar e ser avaliada

“A professora deve informar o que cada aluno e aluna sabe e atribuir um valor a seus conhecimentos.” (p. 13);

        O professor, no atual modelo educacional brasileiro, tem por dever quantificar o conhecimento do aluno. Dessa forma, classificando-o como um indivíduo que adquiriu e passou a dominar (notas altas) ou não (notas baixas) determinado conhecimento. 

“Avaliar, como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades.” (p. 14);

            O fato de o professor ter que quantificar o conhecimento adquirido pelo aluno e, em resposta a isso, aprova-lo ou reprova-lo, atribui mais um fardo para a profissão. Pois, essa escolha terá consequências que repercutirá na vida de seu aluno. E embora esse tente, é impossível realizar uma avaliação e atribuir notas sem a interferência do seu lado emocional.

“A avaliação classificatória configura-se com as ideias de mérito, julgamento, punição e recompensa[...]” (p. 15);

            Na avaliação quantitativa, existe a noção de que a nota é algo de mérito do aluno. Ou seja, esta é capaz de identificar quais são os indivíduos merecedores de recompensa e quais não são bons alunos e merecem punição e serão subvalorizados.

“Entre professora e seus alunos e alunas interpõem-se instrumentos e procedimentos – provas, testes, arguições, exercícios, fichas, boletins – com a finalidade de aferir o conhecimento que o(a) estudante possui.” (p. 17);

            Para quantificar o conhecimento do aprendiz, o mestre utiliza variados métodos que tem por finalidade objetivar esse, tentando afastá-lo deste, para assim gerar um resultado imparcial e verdadeiro.

“O que seria a representação do desempenho do sujeito em determinadas circunstâncias torna-se uma característica que identifica o sujeito: o mau (ou bom) rendimento produz o mau (ou bom) aluno.” (p. 18).

            Ao se classificar os discentes através de notas podemos chegar a uma conclusão equivocada de que os que possuírem notas baixas são estudantes ineficientes, ruins e sem solução. E seguindo essa mesma lógica é possível idealizar um aluno bom, muito inteligente e com futuro garantido. Chegando assim, a uma educação classificatória e excludente.

A professora no espelho

“Pelos resultados dos alunos e alunas também se atribuem valores à professora.” (p. 20);

“[...] essa avaliação permite verificar o rendimento da professora; o resultado de sua turma indica seu desempenho, que pode ser medido, produzindo uma classificação na qual a professora é exposta. Ao avaliar também é avaliada.” (p. 21);

            No processo de avaliação, aonde o aluno recebe notas que o definem como um bom ou mau discente, o professor também é constantemente observado e analisado por pais e colegas de trabalho. Aonde estes irão julgá-lo em reflexo aos seus resultados de aprovação e reprovação. Um bom professor produz bons alunos.

“A professora sabe, porque convive com as crianças, que os números e letras não retratam cada um de seus alunos e alunas[...] .” (p. 22).

            Nesse sentido é que se percebe a necessidade de se utilizar outros meios para se avaliar um discente. Pois, a educação tem por objetivo incluir, mas, ao se classificar os alunos em notas e médias, os estamos excluindo e isso não favorece o ensino.

Que respostas existem nas perguntas que faço?

“O movimento da avaliação qualitativa relaciona-se ao processo de conhecimento articulado pela ideia do compreender o mundo e não de dominar e de manipular o mundo.” (p. 26).

            Ao tentar encontrar uma nova forma de avaliação, que seja contrária a quantitativa, surge a avaliação qualitativa. Esta, tentando destacar o ser humano e o social, através da análise dos sujeitos, da aprendizagem e dos processos.

“[...] os exames passam a ser complementados pela observação da professora sobre o movimento dos alunos e alunas que aprendem.” (p. 27).

            Na avaliação qualitativa o professor possui um importante papel na aferição dos resultados obtidos pelos alunos. Pois, através de parâmetros estabelecidos por esse para estes, é possível detectar o desenvolvimento de cada educando individualmente.

Desafios para uma prática tecida no cotidiano

“A avaliação não pretende controlar e classificar o rendimento do aluno ou aluna, tampouco pode ser, direta ou indiretamente, usada para controlar e classificar o rendimento da professora.” (p. 35).

            A avaliação não deve ser utilizada para classificar alunos e professores, pois, esta prática é excludente e diverge do ideal da escola e do processo de ensino e aprendizagem. Logo, o processo avaliativo deve ser um movimento de reflexão sobre o que é ensinado e o que é aprendido em no ambiente escolar.


Tópicos

Ø  1.         Ser professora: avaliar e ser avaliada.
Ä  A professora no espelho.
Ä  Que respostas existem nas perguntas que faço?
Ä  Desafios para uma prática tecida no cotidiano



A rainha e o espelho

     Para iniciarmos nosso caminho de descobertas sobre a avaliação escolar nos foi apresentado o texto "a rainha e o espelho". Este, com a finalidade de nos instigar a refletir sobre como é complexo realizar uma avaliação.

A rainha e o espelho


Era uma vez...
Uma rainha que vivia em um castelo.
Ela tinha uma varinha mágica que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico. Um dia, querendo avaliar sua beleza, perguntou ao espelho:
- Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?
O espelho olhou bem para ela e respondeu:
- Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples. Hoje em dia, para responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.

Atônita, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar:

- Como assim?
- Veja bem, respondeu o espelho. Em primeiro lugar, preciso saber por que Vossa Majestade fez essa pergunta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu ibope no castelo? Pretende examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas, ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminados? De toda forma, é preciso, ainda, que Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma classificação dos resultados.
E continuou o espelho:
- Além disso, eu preciso que Vossa Majestade me diga com que base devo fazer essa avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar aos seus conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar.
Depois, ainda tem o seguinte, continuou o espelho:
- Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar análises continuadas? Posso utilizar uma prova para verificar o grau dessa beleza? Utilizo a observação?
Finalmente conclui o espelho:
- Será que estou sendo justo? Tantos são os pontos a considerar...”


Referências:

(Adaptado de PATTON, Michael Quinn. Utilization-Facused Evaluation. Londres: Sage Pub, 1997, p. 45-46).