terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Avaliação da aprendizagem... Mais uma vez.

     Desenvolvemos um decálogo comentado com a finalidade de conhecer um pouco mais sobre as diferenças entre a prática educativa em favor da avaliação ou em favor do exame.

Autor e Título:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 61-65.

Decálogo Comentado:

Avaliação da aprendizagem... Mais uma vez.

1 - “Exatamente esta é a questão que tenho exposto em escritos e em falas, sinalizando a diferença entre avaliar e examinar.” (p. 62);

            Muitos professores ainda utilizam os termos avaliar e examinar como sendo sinônimos. Entretanto, estes apresentam significados diferentes, pois, avaliar é algo dinâmico e está relacionado ao fato do educador tomar alguma posição em relação aos resultados. Enquanto que o exame é estático e está apenas preocupado com o resultado, verificando somente se o aluno aprendeu.

2 - “O ato tem como função a classificação do educando, minimamente, em “aprovado ou reprovado”;” (p. 62);

            No atual modelo de educacional brasileiro o que importa são os números. Pois, vivemos numa sociedade capitalista, aonde o professor tem por dever quantificar o conhecimento do aluno. Desse modo, alimentando uma educação classificatória e excludente, aonde, discentes são discriminados como bons e aprovados ou ruins e reprovados.

3 - “Ao ato de examinar não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam.” (p. 62);

A prática de examinar trabalha em função da obtenção de notas/conceitos, aonde pouco importa se os discentes realmente aprenderam. Os mestres devem atribuir valor ao conhecimento dos aprendizes. Pois, ao término do ano letivo o que importa são os números de aprovação, reprovação e desistência.
           
4 - “O ato de examinar está voltado para o passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que ele já aprendeu;” (p. 62);

Quando o processo de ensino e aprendizagem está em função do exame o professor se preocupa apenas em verificar, através de provas e testes, se o aluno aprendeu. E, a partir da nota obtida, ele irá classificá-lo. Nesse modelo, não existem intervenções que possam modificar o resultado do aluno.
           
5 - “Diversamente, o ato de avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso seja necessário.” (p. 62);

Quando o processo avaliativo está a serviço da aprendizagem o professor irá verificar o que alunos aprenderam através de observação, provas ou testes. Entretanto, divergindo da prática do modelo do exame, ele irá intervir e tomará uma posição em relação aos resultados alcançados, realizando reorientações e planejamentos.
           
6 - “Tomar conhecimento somente do que o educando aprendeu não permite investir no processo, porém somente no produto.” (p. 63);

Não podemos utilizar o exame, apenas verificando e classificando, e acreditar que isso é suficiente. Os professores devem utilizar da avaliação para que, através da intervenção, possam adotar procedimentos que reorganizem o processo e levem a um resultado mais satisfatório. 
           
7 - “A pedagogia que sustenta o exame se contenta com a classificação, seja ela qual for; a pedagogia que sustenta o ato de avaliar não se contenta com qualquer resultado, mas somente com o resultado satisfatório.” (p. 64);

Na metodologia do exame o conhecimento do aluno é visto como números e conceitos que definem o quão ele aprendeu. Entretanto, na metodologia da avaliação o que importa é o processo que irá, não só obter um resultado qualquer, de aprovação ou reprovação, e sim um resultado mais satisfatório.
           
8 - “O ato de avaliar dedica-se a desvendar impasses e buscar soluções.” (p. 64);

Ao avaliar, o docente deverá intervir no processo de aprendizagem. Mas, para que isso seja possível, este sempre estará buscando novas formas de reorganizar sua metodologia para alcançar novos resultados.
           
9 - “Deixemos os exames para as situações de exames (concursos); na sala de aulas, sirvamo-nos da avaliação.” (p. 64);

Não podemos condenar totalmente os exames. Devemos perceber que eles possuem uma parcela importante no processo de ensino, pois, podem ser utilizados, principalmente, para diagnosticar possíveis problemas. Bem como, servir para concursos, aonde, o foco é a classificação e promoção de candidatos.

10 – “Bom ensino é o ensino de qualidade que investe no processo e, por isso, chega a produtos significativos e satisfatórios.” (p. 64);

Percebe-se que, somente através da avaliação, que realiza intervenções no decorrer do processo de ensino, conseguiremos atingir novos padrões na qualidade do ensino brasileiro.

           

Nenhum comentário:

Postar um comentário