Autor e Título:
LUCKESI,
Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano
Carlos. Avaliação da aprendizagem
escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 61-65.
Decálogo Comentado:
Avaliação da aprendizagem... Mais
uma vez.
1 - “Exatamente esta é a questão
que tenho exposto em escritos e em falas, sinalizando a diferença entre avaliar
e examinar.” (p. 62);
Muitos professores ainda utilizam os termos
avaliar e examinar como sendo sinônimos. Entretanto, estes apresentam significados
diferentes, pois, avaliar é algo dinâmico e está relacionado ao fato do
educador tomar alguma posição em relação aos resultados. Enquanto que o exame é
estático e está apenas preocupado com o resultado, verificando somente se o
aluno aprendeu.
2 - “O ato tem como função a
classificação do educando, minimamente, em “aprovado ou reprovado”;” (p. 62);
No atual modelo de educacional brasileiro o
que importa são os números. Pois, vivemos numa sociedade capitalista, aonde o
professor tem por dever quantificar o conhecimento do aluno. Desse modo,
alimentando uma educação classificatória e excludente, aonde, discentes são
discriminados como bons e aprovados ou ruins e reprovados.
3 - “Ao ato de examinar não
importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a
demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam.” (p.
62);
A prática de examinar trabalha em função da obtenção
de notas/conceitos, aonde pouco importa se os discentes realmente aprenderam.
Os mestres devem atribuir valor ao conhecimento dos aprendizes. Pois, ao
término do ano letivo o que importa são os números de aprovação, reprovação e
desistência.
4 - “O ato de examinar está
voltado para o passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que
ele já aprendeu;” (p. 62);
Quando o processo de ensino e aprendizagem está em
função do exame o professor se preocupa apenas em verificar, através de provas
e testes, se o aluno aprendeu. E, a partir da nota obtida, ele irá
classificá-lo. Nesse modelo, não existem intervenções que possam modificar o
resultado do aluno.
5 - “Diversamente, o ato de
avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes,
tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso
seja necessário.” (p. 62);
Quando o processo avaliativo está a serviço da
aprendizagem o professor irá verificar o que alunos aprenderam através de
observação, provas ou testes. Entretanto, divergindo da prática do modelo do
exame, ele irá intervir e tomará uma posição em relação aos resultados
alcançados, realizando reorientações e planejamentos.
6 - “Tomar conhecimento somente
do que o educando aprendeu não permite investir no processo, porém somente no
produto.” (p. 63);
Não podemos utilizar o exame, apenas verificando e
classificando, e acreditar que isso é suficiente. Os professores devem utilizar
da avaliação para que, através da intervenção, possam adotar procedimentos que
reorganizem o processo e levem a um resultado mais satisfatório.
7 - “A pedagogia que sustenta o
exame se contenta com a classificação, seja ela qual for; a pedagogia que
sustenta o ato de avaliar não se contenta com qualquer resultado, mas somente
com o resultado satisfatório.” (p. 64);
Na metodologia do exame o conhecimento do aluno é
visto como números e conceitos que definem o quão ele aprendeu. Entretanto, na
metodologia da avaliação o que importa é o processo que irá, não só obter um
resultado qualquer, de aprovação ou reprovação, e sim um resultado mais satisfatório.
8 - “O ato de avaliar dedica-se a
desvendar impasses e buscar soluções.” (p. 64);
Ao avaliar, o docente deverá intervir no processo de
aprendizagem. Mas, para que isso seja possível, este sempre estará buscando
novas formas de reorganizar sua metodologia para alcançar novos resultados.
9 - “Deixemos os exames para as
situações de exames (concursos); na sala de aulas, sirvamo-nos da avaliação.”
(p. 64);
Não podemos condenar totalmente os exames. Devemos
perceber que eles possuem uma parcela importante no processo de ensino, pois,
podem ser utilizados, principalmente, para diagnosticar possíveis problemas.
Bem como, servir para concursos, aonde, o foco é a classificação e promoção de
candidatos.
10 – “Bom ensino é o ensino de
qualidade que investe no processo e, por isso, chega a produtos significativos
e satisfatórios.” (p. 64);
Percebe-se que, somente através da avaliação, que
realiza intervenções no decorrer do processo de ensino, conseguiremos atingir
novos padrões na qualidade do ensino brasileiro.
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