terça-feira, 2 de dezembro de 2014

De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário

       Dando continuidade aos trabalhos da disciplina de avaliação de aprendizagem, elaboramos uma síntese do texto "De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário", de Luckesi. Esse, detalhando quais seriam as principais dificuldades a se enfrentar para modificarmos nossa prática do exame, que é excludente e classificatória, e assim, transformá-la na avaliação, que é voltada para o processo de ensino.

Síntese

De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário

Não é segredo que o sistema educacional brasileiro carece de mudanças. Qualquer pessoa com bom senso consegue enxergar que precisamos buscar novos resultados em nossas escolas. Mas, para isso é necessário praticar novas formas de aprendizagem, o que não é tão fácil, pois, essas mudanças mechem com hábitos presentes na história da educação do nosso país, bem como, nossa sociedade e personalidade.
A história da educação foi construída durante séculos e isso a torna de difícil mudança. O exame, que foi sistematizado no século XVI, foi implantado no sistema de ensino para disciplinar através do medo. E esse ainda é utilizado nos dias atuais para ameaçar o educando dentro do ambiente escolar. Entretanto, é necessário que nós, educadores, possamos desconstruir essa forma de examinar, para que assim, possamos incorporar a avaliação ao nosso processo de ensino e aprendizagem.
Outro fator que desestimula a transição da metodologia do exame para a avaliativa é nossa sociedade. Vivemos em um país burguês capitalista, aonde a educação, que deveria ser um mecanismo social de inclusão, é excludente. Logo, a classificação dos alunos, através de notas e conceitos, é algo normal, configurado pelo nosso modelo econômico e político.
Por fim, também podemos apontar o nosso próprio subconsciente como um mecanismo em favor do exame. Fomos examinados durante nossa vida escolar e, mesmo que inconscientemente, temos a necessidade de examinar nossos alunos. Ou seja, para se realizar uma mudança no sistema de ensino também é imprescindível que nós, educados, estejamos prontos para se policiar e mudar nossas ações. Não é possível conseguir novos resultados executando a mesma metodologia.
Assim, podemos concluir que, embora o modelo educacional do Brasil precise ser repensado e remodelado, percebe-se que essa transição requer muito esforço e dedicação. Para isso, precisamos romper com o nosso modelo social excludente e classificatório e com os séculos da prática do exame, bem como, enfrentar nossas próprias frustrações e desejos, provenientes dessas práticas.


Referências

LUCKESI, Cipriano Carlos. De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário. In LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo, Cortez, 2011, p.67 – 72.

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