Dando continuidade aos trabalhos da disciplina de avaliação de aprendizagem, elaboramos uma síntese do texto "De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário", de Luckesi. Esse, detalhando quais seriam as principais dificuldades a se enfrentar para modificarmos nossa prática do exame, que é excludente e classificatória, e assim, transformá-la na avaliação, que é voltada para o processo de ensino.
Síntese
De examinar para avaliar, um trânsito
difícil, mas necessário
Não é segredo que o sistema educacional
brasileiro carece de mudanças. Qualquer pessoa com bom senso consegue enxergar
que precisamos buscar novos resultados em nossas escolas. Mas, para isso é
necessário praticar novas formas de aprendizagem, o que não é tão fácil, pois,
essas mudanças mechem com hábitos presentes na história da educação do nosso
país, bem como, nossa sociedade e personalidade.
A história da educação foi construída
durante séculos e isso a torna de difícil mudança. O exame, que foi
sistematizado no século XVI, foi implantado no sistema de ensino para
disciplinar através do medo. E esse ainda é utilizado nos dias atuais para
ameaçar o educando dentro do ambiente escolar. Entretanto, é necessário que
nós, educadores, possamos desconstruir essa forma de examinar, para que assim,
possamos incorporar a avaliação ao nosso processo de ensino e aprendizagem.
Outro fator que desestimula a transição
da metodologia do exame para a avaliativa é nossa sociedade. Vivemos em um país
burguês capitalista, aonde a educação, que deveria ser um mecanismo social de
inclusão, é excludente. Logo, a classificação dos alunos, através de notas e
conceitos, é algo normal, configurado pelo nosso modelo econômico e político.
Por fim, também podemos apontar o nosso
próprio subconsciente como um mecanismo em favor do exame. Fomos examinados
durante nossa vida escolar e, mesmo que inconscientemente, temos a necessidade
de examinar nossos alunos. Ou seja, para se realizar uma mudança no sistema de
ensino também é imprescindível que nós, educados, estejamos prontos para se
policiar e mudar nossas ações. Não é possível conseguir novos resultados
executando a mesma metodologia.
Assim, podemos concluir que, embora o
modelo educacional do Brasil precise ser repensado e remodelado, percebe-se que
essa transição requer muito esforço e dedicação. Para isso, precisamos romper
com o nosso modelo social excludente e classificatório e com os séculos da
prática do exame, bem como, enfrentar nossas próprias frustrações e desejos,
provenientes dessas práticas.
Referências
LUCKESI, Cipriano Carlos. De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário. In LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo, Cortez, 2011, p.67 – 72.
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