terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ser professora: avaliar e ser avaliada

     Para conhecermos um pouco sobre a realidade que os professores enfrentam ao avaliarem seus alunos criamos um fichamento do texto "Ser professora: avaliar e ser avaliada.", da professora Maria Teresa Esteban. Aonde, em seus relatos de experiência, evidencia que não é apenas o aluno que é constantemente avaliado.


Fichamento

Autor e Título:

ESTEBAN,  Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: Escola, currículo e avaliação. Pág. 13-37. 2 ed – São Paulo. Ed. Cortez, 2005. - (Série cultura, memória e currículo; v. 5)

Estrutura do texto:

1.     Ser professora: avaliar e ser avaliada

“A professora deve informar o que cada aluno e aluna sabe e atribuir um valor a seus conhecimentos.” (p. 13);

        O professor, no atual modelo educacional brasileiro, tem por dever quantificar o conhecimento do aluno. Dessa forma, classificando-o como um indivíduo que adquiriu e passou a dominar (notas altas) ou não (notas baixas) determinado conhecimento. 

“Avaliar, como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades.” (p. 14);

            O fato de o professor ter que quantificar o conhecimento adquirido pelo aluno e, em resposta a isso, aprova-lo ou reprova-lo, atribui mais um fardo para a profissão. Pois, essa escolha terá consequências que repercutirá na vida de seu aluno. E embora esse tente, é impossível realizar uma avaliação e atribuir notas sem a interferência do seu lado emocional.

“A avaliação classificatória configura-se com as ideias de mérito, julgamento, punição e recompensa[...]” (p. 15);

            Na avaliação quantitativa, existe a noção de que a nota é algo de mérito do aluno. Ou seja, esta é capaz de identificar quais são os indivíduos merecedores de recompensa e quais não são bons alunos e merecem punição e serão subvalorizados.

“Entre professora e seus alunos e alunas interpõem-se instrumentos e procedimentos – provas, testes, arguições, exercícios, fichas, boletins – com a finalidade de aferir o conhecimento que o(a) estudante possui.” (p. 17);

            Para quantificar o conhecimento do aprendiz, o mestre utiliza variados métodos que tem por finalidade objetivar esse, tentando afastá-lo deste, para assim gerar um resultado imparcial e verdadeiro.

“O que seria a representação do desempenho do sujeito em determinadas circunstâncias torna-se uma característica que identifica o sujeito: o mau (ou bom) rendimento produz o mau (ou bom) aluno.” (p. 18).

            Ao se classificar os discentes através de notas podemos chegar a uma conclusão equivocada de que os que possuírem notas baixas são estudantes ineficientes, ruins e sem solução. E seguindo essa mesma lógica é possível idealizar um aluno bom, muito inteligente e com futuro garantido. Chegando assim, a uma educação classificatória e excludente.

A professora no espelho

“Pelos resultados dos alunos e alunas também se atribuem valores à professora.” (p. 20);

“[...] essa avaliação permite verificar o rendimento da professora; o resultado de sua turma indica seu desempenho, que pode ser medido, produzindo uma classificação na qual a professora é exposta. Ao avaliar também é avaliada.” (p. 21);

            No processo de avaliação, aonde o aluno recebe notas que o definem como um bom ou mau discente, o professor também é constantemente observado e analisado por pais e colegas de trabalho. Aonde estes irão julgá-lo em reflexo aos seus resultados de aprovação e reprovação. Um bom professor produz bons alunos.

“A professora sabe, porque convive com as crianças, que os números e letras não retratam cada um de seus alunos e alunas[...] .” (p. 22).

            Nesse sentido é que se percebe a necessidade de se utilizar outros meios para se avaliar um discente. Pois, a educação tem por objetivo incluir, mas, ao se classificar os alunos em notas e médias, os estamos excluindo e isso não favorece o ensino.

Que respostas existem nas perguntas que faço?

“O movimento da avaliação qualitativa relaciona-se ao processo de conhecimento articulado pela ideia do compreender o mundo e não de dominar e de manipular o mundo.” (p. 26).

            Ao tentar encontrar uma nova forma de avaliação, que seja contrária a quantitativa, surge a avaliação qualitativa. Esta, tentando destacar o ser humano e o social, através da análise dos sujeitos, da aprendizagem e dos processos.

“[...] os exames passam a ser complementados pela observação da professora sobre o movimento dos alunos e alunas que aprendem.” (p. 27).

            Na avaliação qualitativa o professor possui um importante papel na aferição dos resultados obtidos pelos alunos. Pois, através de parâmetros estabelecidos por esse para estes, é possível detectar o desenvolvimento de cada educando individualmente.

Desafios para uma prática tecida no cotidiano

“A avaliação não pretende controlar e classificar o rendimento do aluno ou aluna, tampouco pode ser, direta ou indiretamente, usada para controlar e classificar o rendimento da professora.” (p. 35).

            A avaliação não deve ser utilizada para classificar alunos e professores, pois, esta prática é excludente e diverge do ideal da escola e do processo de ensino e aprendizagem. Logo, o processo avaliativo deve ser um movimento de reflexão sobre o que é ensinado e o que é aprendido em no ambiente escolar.


Tópicos

Ø  1.         Ser professora: avaliar e ser avaliada.
Ä  A professora no espelho.
Ä  Que respostas existem nas perguntas que faço?
Ä  Desafios para uma prática tecida no cotidiano



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