Para conhecermos um pouco sobre a realidade que os professores enfrentam ao avaliarem seus alunos criamos um fichamento do texto "Ser professora: avaliar e ser avaliada.", da professora Maria Teresa Esteban. Aonde, em seus relatos de experiência, evidencia que não é apenas o aluno que é constantemente avaliado.
Fichamento
Autor e Título:
ESTEBAN,
Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: Escola, currículo e
avaliação. Pág. 13-37. 2 ed – São Paulo. Ed. Cortez,
2005. - (Série cultura, memória e currículo; v. 5)
Estrutura do texto:
1.
Ser
professora: avaliar e ser avaliada
“A professora deve informar o que
cada aluno e aluna sabe e atribuir um valor a seus conhecimentos.” (p. 13);
O professor, no atual modelo educacional
brasileiro, tem por dever quantificar o conhecimento do aluno. Dessa forma,
classificando-o como um indivíduo que adquiriu e passou a dominar (notas altas)
ou não (notas baixas) determinado conhecimento.
“Avaliar, como tarefa docente,
mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades.” (p. 14);
O fato de o professor ter que quantificar o
conhecimento adquirido pelo aluno e, em resposta a isso, aprova-lo ou
reprova-lo, atribui mais um fardo para a profissão. Pois, essa escolha terá
consequências que repercutirá na vida de seu aluno. E embora esse tente, é
impossível realizar uma avaliação e atribuir notas sem a interferência do seu
lado emocional.
“A avaliação classificatória
configura-se com as ideias de mérito, julgamento, punição e recompensa[...]”
(p. 15);
Na avaliação quantitativa, existe a noção de
que a nota é algo de mérito do aluno. Ou seja, esta é capaz de identificar
quais são os indivíduos merecedores de recompensa e quais não são bons alunos e
merecem punição e serão subvalorizados.
“Entre professora e seus alunos e
alunas interpõem-se instrumentos e procedimentos – provas, testes, arguições,
exercícios, fichas, boletins – com a finalidade de aferir o conhecimento que
o(a) estudante possui.” (p. 17);
Para quantificar o conhecimento do aprendiz,
o mestre utiliza variados métodos que tem por finalidade objetivar esse,
tentando afastá-lo deste, para assim gerar um resultado imparcial e verdadeiro.
“O que seria a representação do
desempenho do sujeito em determinadas circunstâncias torna-se uma
característica que identifica o sujeito: o mau (ou bom) rendimento produz o mau
(ou bom) aluno.” (p. 18).
Ao se classificar os discentes através de
notas podemos chegar a uma conclusão equivocada de que os que possuírem notas
baixas são estudantes ineficientes, ruins e sem solução. E seguindo essa mesma
lógica é possível idealizar um aluno bom, muito inteligente e com futuro
garantido. Chegando assim, a uma educação classificatória e excludente.
A
professora no espelho
“Pelos resultados dos alunos e
alunas também se atribuem valores à professora.” (p. 20);
“[...] essa avaliação permite
verificar o rendimento da professora; o resultado de sua turma indica seu
desempenho, que pode ser medido, produzindo uma classificação na qual a
professora é exposta. Ao avaliar também é avaliada.” (p. 21);
No processo de avaliação, aonde o aluno
recebe notas que o definem como um bom ou mau discente, o professor também é
constantemente observado e analisado por pais e colegas de trabalho. Aonde
estes irão julgá-lo em reflexo aos seus resultados de aprovação e reprovação.
Um bom professor produz bons alunos.
“A professora sabe, porque
convive com as crianças, que os números e letras não retratam cada um de seus
alunos e alunas[...] .” (p. 22).
Nesse sentido é que se percebe a necessidade
de se utilizar outros meios para se avaliar um discente. Pois, a educação tem
por objetivo incluir, mas, ao se classificar os alunos em notas e médias, os
estamos excluindo e isso não favorece o ensino.
Que
respostas existem nas perguntas que faço?
“O movimento da avaliação
qualitativa relaciona-se ao processo de conhecimento articulado pela ideia do
compreender o mundo e não de dominar e de manipular o mundo.” (p. 26).
Ao tentar encontrar uma nova forma de
avaliação, que seja contrária a quantitativa, surge a avaliação qualitativa.
Esta, tentando destacar o ser humano e o social, através da análise dos
sujeitos, da aprendizagem e dos processos.
“[...] os exames passam a ser
complementados pela observação da professora sobre o movimento dos alunos e
alunas que aprendem.” (p. 27).
Na avaliação qualitativa o professor possui
um importante papel na aferição dos resultados obtidos pelos alunos. Pois,
através de parâmetros estabelecidos por esse para estes, é possível detectar o
desenvolvimento de cada educando individualmente.
Desafios
para uma prática tecida no cotidiano
“A avaliação não pretende
controlar e classificar o rendimento do aluno ou aluna, tampouco pode ser,
direta ou indiretamente, usada para controlar e classificar o rendimento da
professora.” (p. 35).
A avaliação não deve ser utilizada para
classificar alunos e professores, pois, esta prática é excludente e diverge do
ideal da escola e do processo de ensino e aprendizagem. Logo, o processo
avaliativo deve ser um movimento de reflexão sobre o que é ensinado e o que é
aprendido em no ambiente escolar.
Tópicos
Ø
1. Ser professora: avaliar e ser avaliada.
Ä A professora no
espelho.
Ä Que respostas
existem nas perguntas que faço?
Ä Desafios para
uma prática tecida no cotidiano
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